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sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Evaldo Cabral de Mello: O Negocio do Brasil: Portugal, os Paises Baixos e o Nordeste, 1641-1669

Apenas uma miniresenha como recomendação para esta nova edição, agora ilustrada, de uma obra magnífica: 



Evaldo Cabral de Mello:  
O Negócio do Brasil: Portugal, os Países Baixos e o Nordeste, 1641-1669 
(edição ilustrada com imagens da época; Rio de Janeiro: Capivara Editora, 2015, 272 p.; ISBN: 978-85-89063-53-1)

            Quarta edição de um clássico, inteiramente revista, agora ilustrada e dedicada à memória de José Guilherme Merquior, mas que ainda carrega no frontispício a frase do negociador português, Francisco de Sousa Coutinho, que confessava seu “talento incapaz para negócio tão grande”, que era simplesmente a devolução do Nordeste ocupado pelos holandeses da Companhia das Índias a seus antigos donos. A primeira edição do livro se situava entre duas outras obras de uma trilogia do autor, Olinda restaurada e Rubro veio, abordando aqui o contexto internacional e as negociações diplomáticas que permitiram por fim ao primeiro conflito internacional do “Brasil”. Em todos os seus livros, os temas centrais são a produção de açúcar, o tráfico de escravos e o comércio em geral, ademais da questão das mentalidades. Neste aqui, a visão diplomática global foi fundamental.

            Do Prefácio de 2010 de Evaldo Cabral de Mello: 
“O assunto aqui versado, como em geral os de história política e diplomática, presta-se idealmente às análises contrafatuais relativas às possibilidades alternativas, ou seja, àquilo “que poderia ter sido e não foi”, como no verso de Manuel Bandeira. De tão cultivada a moda, especialmente entre os historiadores de língua inglesa, caberia falar num novo gênero histórico, a história virtual. Contudo, a novidade não é tão grande quanto parece, na medida em que a contrafatualidade é inerente ao raciocínio historiográfico, embora não seja quase nunca explicitada, como há muito percebeu Max Weber. Na fórmula de Raymond Aron, “todo historiador, para explicar o que foi, se pergunta o que poderia ter sido”. A atribuição de relevância a determinados acontecimentos é realizada mediante operação comparativa pela qual o historiador indaga-se o que teria ocorrido na inexistência deles.”(p. 14)
            Neste caso, a unidade territorial do Brasil poderia ter ficado inteiramente comprometida. 

Paulo Roberto de Almeida

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